Informações baseadas em evidências e não no senso comum são sempre bem vindas.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_primaria_29_rastreamento.pdf
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9.6 Rastreamento de
câncer de boca
Recomendação
As evidências ainda são insuficientes para a recomendação
contra ou a favor do exame
rotineiro de adultos para o câncer de boca. Grau de
recomendação I.
Porque NÃO rastrear?
As estratégias de rastreamento populacional para o câncer de
boca não têm conseguido demonstrar impacto sobre as taxas de mortalidade.
Frente aos estudos disponíveis até o momento,
as agências de avaliação de tecnologias em saúde apontam não
haver evidências que justifiquem a utilização do rastreamento populacional para
esse tipo de câncer.
Diagnóstico Precoce
O câncer de boca, aqui incluídas as patologias malignas do
lábio, língua, gengiva, assoalho da boca, palato, glândulas salivares, amígdala
e orofaringe (CID 10 – C00 a C10), apesar de
estar entre as dez topografias primárias mais incidentes,
não figura entre as principais causas de mortes por neoplasias.
O câncer de boca é mais frequente em indivíduos do sexo
masculino e na
faixa etária acima dos 50 anos.
Apesar do fato das lesões ocasionadas pelo câncer de boca
ser facilmente visualizadas e acessíveis a procedimentos diagnósticos, a
maioria dos casos somente é diagnosticada em
estádios tardios de evolução, aumentando a morbimortalidade.
Dessa forma, é imperativo que os profissionais de saúde conheçam os sinais
iniciais, que, em geral, são inespecíficos e
frequentemente se confundem com algumas condições benignas.
O tabagismo é o principal fator de risco para o câncer de
boca. O uso excessivo de álcool tem efeito sinérgico para aumentar o risco
desse câncer.
Vale lembrar que a cavidade oral apresenta alta
sensibilidade e, portanto, uma lesão pode ser facilmente percebida por um
indivíduo orientado para sinais de
alerta: feridas que não cicatrizam
nos lábios e na boca, manchas brancas ou avermelhadas nas
gengivas, língua ou mucosa oral, tumorações ou endurações (caroços) na região
da boca ou pescoço .
Da mesma forma, os profissionais de saúde devem conhecer e
valorizar a presença desses sinais para, independentemente de ter sido um
achado clínico ou uma queixa do paciente, conduzir
adequada e oportunamente os procedimentos diagnósticos
necessários e encaminhar os casos positivos para tratamento especializado.
Os pacientes devem ser encorajados a não fazer uso de tabaco
e de álcool com o objetivo de diminuir o risco para o câncer de boca, assim
como para doenças do coração, acidente vascular
cerebral e cirrose.