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19/07/2012

Caderno de Atenção Primária do Ministério da Saúde



Informações baseadas em evidências e não no senso comum são sempre bem vindas.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_primaria_29_rastreamento.pdf
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9.6  Rastreamento de câncer de boca

Recomendação
As evidências ainda são insuficientes para a recomendação contra ou a favor do exame
rotineiro de adultos para o câncer de boca. Grau de recomendação I.

Porque NÃO rastrear?
As estratégias de rastreamento populacional para o câncer de boca não têm conseguido demonstrar impacto sobre as taxas de mortalidade. Frente aos estudos disponíveis até o momento,
as agências de avaliação de tecnologias em saúde apontam não haver evidências que justifiquem a utilização do rastreamento populacional para esse tipo de câncer.

Diagnóstico Precoce
O câncer de boca, aqui incluídas as patologias malignas do lábio, língua, gengiva, assoalho da boca, palato, glândulas salivares, amígdala e orofaringe (CID 10 – C00 a C10), apesar de
estar entre as dez topografias primárias mais incidentes, não figura entre as principais causas de mortes por neoplasias.
O câncer de boca é mais frequente em indivíduos do sexo masculino e na
faixa etária acima dos 50 anos.
Apesar do fato das lesões ocasionadas pelo câncer de boca ser facilmente visualizadas e acessíveis a procedimentos diagnósticos, a maioria dos casos somente é diagnosticada em
estádios tardios de evolução, aumentando a morbimortalidade. Dessa forma, é imperativo que os profissionais de saúde conheçam os sinais iniciais, que, em geral, são inespecíficos e
frequentemente se confundem com algumas condições benignas.
O tabagismo é o principal fator de risco para o câncer de boca. O uso excessivo de álcool tem efeito sinérgico para aumentar o risco desse câncer.
Vale lembrar que a cavidade oral apresenta alta sensibilidade e, portanto, uma lesão pode ser facilmente percebida por um indivíduo orientado  para sinais de alerta: feridas que não cicatrizam
nos lábios e na boca, manchas brancas ou avermelhadas nas gengivas, língua ou mucosa oral, tumorações ou endurações (caroços) na região da boca ou pescoço .
Da mesma forma, os profissionais de saúde devem conhecer e valorizar a presença desses sinais para, independentemente de ter sido um achado clínico ou uma queixa do paciente, conduzir
adequada e oportunamente os procedimentos diagnósticos necessários e encaminhar os casos positivos para tratamento especializado.
Os pacientes devem ser encorajados a não fazer uso de tabaco e de álcool com o objetivo de diminuir o risco para o câncer de boca, assim como para doenças do coração, acidente vascular
cerebral e cirrose.